segunda-feira, 19 de março de 2012

Nane

Clarisse? Não. Hoje Cecília me apresentou palavras ouvidas por minh'alma.
Presente divino.
Tamanha é a riqueza desses sentimentos que afloram em meus olhos. Estes, hoje, por vezes desviaram de lágrimas transcorridas por todo meu corpo.
Pude senti-las a cada passar nas articulações atrofiadas dessa cama. No ímpeto da emoção, nem as lágrimas tiveram palavras, era só sentimento. Ele ocupava todo esse corpo impuro e efêmero de tempo.
O sangue era sentimento em artéria. Sublime momento de estar viva. De sentir. De renascer. De amar. Sorrir.
"Coisa linda" dessa vida que nos oferece, num 'sambiar', a pureza de coração de amigos.
Dessa vez foi Davis que embalou-nos, Cecília, você e eu. E todo esse sangue, todo esse sentir, nessas atrofiadas artéria, nessa garganta arranhada.
Minha vida numa viela do peque mundo. Número 43, barraco 8. Ouço batidas na porta, é a vizinha a falar de João Miguel das 20h. Fugi para ver o bolo, no fogão a assar. Que tal uma fatia enquanto a Rita embala a leitura de Cecília? Fique à vontade, a casa é sua. O barraco é pequeno, mas o cheiro do bolo está bom, é de fubá, mas é de coração.

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Inspirado num domingo, 18.