quinta-feira, 31 de maio de 2012

"O antigo do que vai adiante"


É um frio na barriga que ainda tá me deixando sem ar
Li suas palavras, já se passaram bons minutos
Mas a sensação está permanente

Ela disse tantas coisas sinceras, de nós
Compactuo dos pensamentos dela
Esses pensamentos têm sido reflexo do que
estamos vivendo
Vivendo. Essa é a melhor sensação.

Ama estar me amando
Amo estar te amando, menina

Curioso você estar comigo
Intrigante sentir que cada toque lhe arrepiam os pêlos
Sua voz no meu ouvido
Suas palavras um tanto roucas
Dizendo "eu te amo"
Cada letra faz pulsar ainda mais o sangue nas minhas veias

Não, não é problema de respiração
Se for dor, nego tratamento
Pra essa dor não existe cura
Entrego-me e saboreio cada tortura

Preta, obrigada.
Esse sorriso aqui na minha cara é seu
Esse batimento desenfreado é por você
Esse sangue correndo acelerado é por pensar em ti
E esse frio na barriga? Ainda está aqui.

Eu te amo, " Deus nos deu! "

quarta-feira, 23 de maio de 2012


E do amor, que sei dele?
E por que buscar nomes
se dele o que vale é sentir?
E nele encontro vida e morte e existência
Por que, então, tomar o amor a mim?
Será livre
amores descalços,
finitos somos nós no tempo
Criei-te para o mundo, Universo é sua morada,
apenas em mim repousas em descanso.
"Alegra-nos!", quase súplica de vida

terça-feira, 22 de maio de 2012

"Atravessa este verso a vontade nua"

Tocou-me o sexo com propriedade de quem sabe o que lhe pertence
Era apenas um beijo e abraço
Mas braço foi instrumento para o princípio da minha nudez completa
E beijo tocou além dos meus lábios.
Encontrei-me sob seu corpo - a desejar-lhe -
E o meu já se embriagava com seu olhar
No toque sucumbia,
calor,
meu corpo era só prazer e delírios.
Não havia nada além de nós
- exceto a possibilidade do fim interrupto -
Sua tensão se confundia com tesão, meu, seu...
A lembrança me faz revirar a cabeça, morder gentilmente os lábios enquanto passeio com a mão na nuca, por uma tentativa de senti-la, recriando na mente a vibração do meu corpo.
Desejo ardente de tê-la,
de nos termos,
de ser sua.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Heraclitando com Parmênides e Andrade

esse já é um outro momento, outra trilha sonora. um rap. a mesma caneta, uma outra mão. há tempos que coisas suas ainda eram tomadas, feito degustação de um vinho ruim, me embriagava. meu dedo tem feridas abertas, era falta de sol, ar fresco. sua pigmentação mostra a ausência de vida. olho para minha mão e não a acho mais vazia, tá nua e completa. parece até mais leve, mas acho que isso se dá pela proposta da manhã, de se ter um bom dia. esses dias minhas palavras conjugadas estão como desabafo, transcorridas numa lógica argumentativa. compreensão. um outro momento, em que me relaciono com as coisas num estado de espírito diferente, como aquele rio que não é o mesmo, ainda que seja água.

38,2°

Ela me indicou a ouvir um Jazz para suavizar o coração e escrever sobre esse sentimento. Bom, aqui estou eu. Relembrando meu método de meditação. Ontem palavras arranharam uma folha salmão, hoje são esses dedos que apertam cada letra, talvez menos teimosos e raivosos. Acordei depois de uma batalha do estresse com a ansiedade, corpo dolorido, nós (que se danem eles). Verdade, tenho pensando muito no 'vós' e suas vozes. Dão a alucinógena ideia de um redemoinho cheio de cores, cabeças girando, suas vozes de insatisfação, seus orgulhos rachados. Todos estão em mim. Há tempos atrás tomei uma decisão, cabeça quente, coração acelerado, e acho que foi uma tentativa fracassada. Olhando por um prisma interno, talvez a decisão não tenha sido tomada por mim, era o 'nós' mais uma vez. Pensando cá com meu botões, talvez seja essa um risco por mim, para mim. Quais são os fatores externos dessa decisão? É preciso entender tudo que a envolve. Item primeiro e tiro certo: família, mãe. Tem fator que me atinge mais certeiro que esse? Certamente não. Como atinge, dá pra observar e analisar isso? Tentemos. Autoestima, limitação, solidão, falta de espaço. Acho que por ai caminham bem os fatos. Segundo: PUC, não digo 'universidade' pois o peso está no nome. Sonho meu, no que mais se embasa mesmo? Parece ter se desfeito. O que a voz da minha vó soará quanto a isso? Foi a primeira coisa que pensei. Ainda não sei, talvez se eu tiver meus argumentos consolidados ela possa entender, apoiar talvez. Amigos? "Que loucura! Mas é isso que você quer? Então a gente apoia". E eu? Onde entro, qual minha participação nessa vida? Quando penso nessa ideia meu peito se enche de esperança, parece preenchido. Uma satisfação. Mas uma vez ouvi em sala de aula "é melhor errar em conjunto, do que acertar sozinho". Olha, isso parece explicar meu medo. Não estou falando em mudar de roupa, nem penteada (isso já é uma preocupação em nível maior que vestimenta), não falo em trocar de relacionamento, quiçá uma nova tatuagem. Falo em mudar minha posição na vida. Serão necessárias tamanhas mudanças? Pensemos com consciência.