quarta-feira, 25 de abril de 2012

MHz

Não que eu não queira mudar, só não pretendo tirar tudo do lugar. Vale mais saber do que se trata em cada bibelô na estante. E deixá-lo embaixo para que as crianças tenham acesso com seus espíritos livres. Limitados tão nós. Agora gostaria que o Piloto desenhasse uma caixa pra minha rosa, a mais bela rosa. Talvez o carneiro a devore. Mas então nenhum de nós a terá por causa de sua cúpula. De que vale a caixa? É melhor plantar sementes e tratá-las como únicas, pois assim são. Todos em seus livres espíritos e aspirações. Também os bibelôs tenham alma e a estante seu lugar estável, ainda que mutável. Talvez objeto ou outro precise de reconhecimento, mas o labirinto... Ah, este é um calabouço. É preciso respeitar sua magistralidade e me reconhecer como mero mortal. E mudar a estação de rádio, na estante.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A dor e a delícia de ser o que é

Estive aqui.
Senti aqui, vivi aqui.
Hoje me perdi um pouco mais em mim, conheci caminhos descalços.
Senti-me, ainda sem o toque...
Estive em contato comigo,
Sem vergonha, sem repulsas,
Sem desculpas.
O bote em meio a vastidão avistou um corpo, parecia real. Era sentimento.
Guardado, escondido.
Era uma chave, mas parece não corresponder ao cadeado.
Foi um encontro, sem velas,
Sem uma bela canção,
Era amargo,
Íntimo,
Dolorido.
Era eu, sendo.

domingo, 8 de abril de 2012

Blues

Life, love e the blues.
Começo com Etta, ainda em meu sonoro.
Que Meireles, em nossas vastidões?
Que outras memórias?
Póstumas?
Parecem mortas, sem lamento, quiçá recordação.
Do que falo?
Se não minha vida?
Talvez vazio.
Creio que jardins, Jasmins. Joãos, Bernardos, Valentinas, amores.
Uísques e anedotas.
Já Billie me traz Davis, que lembrança!
Seios tão meus.
Digam-me canções, dizeres, poemas... Pra onde ireis?
Perder-se? Ainda que sejas caminho, Lispector.
Estou tentando estar aqui.