domingo, 26 de setembro de 2010

o que faz de mim Angélica?

tudo tão "nós" por medo ou ausência de coragem,
são apenas críticas a mim mesma tentando ser coletivas e otimistas
não passam de falsos destinatários,
não que não tenham outros que se encaixem,
a questão não é essa,
é que seria (e é) mais fácil quando alguém faz parte de um mesmo que você,
dá a sensação de conforto.
é um sentimento de medo de estar só,
e dizem que sou individualista,
será?
com tantos sentimentos alheios...
saberei até que ponto minha individualidade é autêntica
e genuína
e quanto de resquício de individualidade há no meu pensar
e agir coletivo,
como, por exemplo, isto que escrevo pode ser uma forma de justificativa,
mas penso ser mais alheia
do que a mim

domingo, 12 de setembro de 2010

temporada

nada.
nada de concreto.
são apenas teorias e medo.
quase verificável.
amor.
tudo querendo ser tão perfeito.
e o que é perfeição?
vida.
naturalização, expansão.
quero verdades,
ditas e ouvidas.
quero conhecer.
retirar daqui e pôr ali.
ser como barro a ser formar.
aprender a te conhecer.
conhecer.
revelar-me pura e simplesmente.
diariamente.
intensamente.
amavelmente.
humilde.
dor.
para os dias sim, outros não.
mas sempre nós.
aos poucos.
em muito.
sonhar.
embarcar.
rumos desconhecidos.
temporada.

 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

só nós duas, em paz

quero dizer tudo, tudo, tudo que eu sinto
mas é tão maior que talvez eu não consiga dizer
mas ficaria feliz se pudesse apenas demonstrar
eu tenho a sensação de que tem uma força maior tentando sair de mim
se libertar
mas ela está um pouco engaiolada num corpo fraco
se tivermos paciência e trabalharmos juntas, iremos conquistar tantos objetivos
iremos amadurecer um amor lindo
que ainda não sabemos a força que tem

eu vejo você voltando do trabalho, num dia exaustivo
ao chegar em casa, encontrará a mim pra te ouvir, ou simplesmente ficar em silêncio com você
só nós duas.
em paz!

 

*trecho*

E sim, você chegou. Você chegou à minha vida. Trouxe de volta algo que sentia saudade: amar. Andamos num passo incerto, sem saber pra onde – será que já sabemos? –, mas andamos. Entrou em cena um guerreiro e a princesa, mais uma história de batalha, de incerteza, mais esperança. Do mais, não sei. Peguei-me distraída em seus beijos e braços e abraços e sorrisos. Num ônibus aquela dúvida, deliciosamente encontrada em romances infantis: "será que posso pegar em sua mão?". É, ela permitiu e até deitou em meu colo!! Ah, que sensação gostosa a de sentir!


 

(*)

Estou abrindo um parêntese nessa história, mesmo porque a vida tem disso, né?! Sinto-me numa solidão misturada com medo. Medo das coisas ruins, medo da raiva, do rancor. Medo da falta de amor. Medo de quem não sabe amar. Por quê? Têm momentos em que gosto do meu mundo de fantasias, que me faz ver o melhor em cada um. Gosto de acreditar que existe amor nas pessoas, gosto de acreditar nas pessoas. Acreditando nelas eu acredito em mim. Acredito na salvação. Acredito no perdão. E na compaixão. O que seria de mim sem a esperança? Sem a fé? Sem os sonhos e fantasias? Mais um mero mortal, vivendo numa selva social. Quando vejo os jornais e noticiários me preocupo. O que há? POR QUÊ? Confesso estar com medo. As pessoas têm me assustado. Por isso, busco a cada dia encontrar uma fresta, por menor que pareça, de amor, compaixão, paz, naqueles que passam por mim. São encontros de olhares que tentam dizer muito, outros que se escondem, outros ainda que querem dizer mas tem [medo]. São milhões de vida, mas quantas vivem?

são as estradas da vida

[23.05.10]
agora chegamos num ponto em que cada uma segue seu caminho
levando consigo uma história, um romance, uma vida
talvez um dia a gente se esbarre por aí
talvez a gente converse
talvez a gente não se veja mais
talvez a gente encontre 'uma' dentre muitas, ou não
talvez pudesse ter sido diferente
talvez, se eu tivesse me entregado
talvez, se eu tivesse aprendido a tempo de fazê-lo
eu sei que não errei por querer, estou aprendendo
você me ensinou

não sei se você compreendeu quando eu disse:
"o amor é como um grão, morre nasce trigo, vive morre pão"
quis dizer que o nosso amor não morre, ele se transforma
quando grão morre e nasce o trigo
o trigo, por sua vez, gera o pão
é tão mutante quanto nós

tenho uma outra música que é sua:
"és parte ainda do que me faz forte, pra ser honesto só um pouquinho infeliz"
és presente no meu pensar, no meu sentir e no meu agir
reciclei o que vivemos e transformei em vida presente
quero poder dar a alegria de viver um amor a alguém
dar essa chance de ser amada como fui por você

[14.07.10]
não é exagero eu dizer que me encontrava em depressão
e nesse momento alguém esteve presente
e me resgatou
fez ressurgir minha paz e felicidade
não me culpe pelo amor ou por amar.
não fique brava, seja feliz
é o que peço

 

"Inesperado"

quem é você, o que é você?
seria um tanto eu e como gostaria que me fosse?
você, apenas.
agradando a mim em cada gesto simples de afeto
suas palavras sussurradas em meu ouvido
sua língua sonorizando uma risada minha.
a naturalidade do que somos
a verdade que sou
as bobagens que nos proporcionam risadas
sua espontaneidade de criança me apaixona
sua autonomia no sexo, me fascinou

com você "posso ser eu mesma que você vai entender"
brincar de descobrir seus pontos e segredos sem ser invasiva
apaixonar-te e conquistar-te a cada momento
e que você entenda meus dias ruins.

["inesperado"]

"Se é loucura, então, melhor não ter razão."