domingo, 31 de julho de 2011

Nostálgica vida

ual! Mais que justo registrar um sorriso nesse rosto, que por Sol se alegra e faz-se aquecido. Como pode numa mesma quadra, a cada passo, um sentimento, uma frustação, uma alegria, uma chuva, um raiar. Isso faz da vida mágica e inexplicável por palavras, é puro sentido e sentimento. A razão que nos move nem sempre anda em sintonia com o pulsar de um coração vivo. E nos encontramos sempre nessa dicotomia, e sabe o porquê? Porque somos Humanos e nos permitimos sentir e viver e amar e sofrer e sentir e ser. Hoje, nesse dia de 72 horas, pude sentir coisas que muitos não se permitem em uma vida de 72 anos. Apoximonei-me, amei intensamente, tive dúvidas, hesitei em minhas palavras, desconheci, sofri, chorei, enfraqueci, amadureci, refleti... ufa! Sinto-me viva e feliz por poder ser sensível, vovó Joana parece não ter se enganado ao dizer que tenho uma alma sensível. Amém! Que minha crença na vida possa evoluir minha alma, tornar-me humilde e generosa. "Viver e não ter vergonha de ser feliz" algo simples, não é verdade? Frase nostálgica, faz-me sentir saudade da infância, onde sabíamos ser simples como viver e ser feliz. Possa até sentir o peito aquecer por esse Sol da lembrança quando lembro-me descalça a correr pelo asfalto, cabelos feito girassol - como sempre disse minha irmã sobre meus cachos revoltosos -, joelhos ralados: brincadeira de criança! Dada hora, minha mãe retira-se de seu teto a nos chamar, pois chegou a hora da brincadeira se resguardar para o próximo dia. A vida era simples e feliz! Hoje, o teto já não me acolhe como antes, e as brincadeira? Bom, hoje tentam me privar delas. Mas resisto às suas repressões, vida adulta, faça-se chuva e lá terá um barquinho de papel feito a navegar por tempestuosos trovões do Mar Ecoo, e a batalha entre a natureza e o homem travou-se, o barco resite por terríveis ondas, até que a Natureza - Mãe do meu ar - mostra sua força e exige respeito: "- Eu sou a Natureza, não tentei me vencer, pois é de mim que tu tiras teu ar e teu alimento. Respeite-me e terás sua vida.". Mais um barquinho se foi e mais uma vez sinto aqueles Cachinhos Dourados, de meu Príncipe, balançarem, ecoando o som em meu ouvido. Ah, como é bom ser criança!
*surpiro*

visita tão distante

Novamente, num curto tempo de espera e ansiedade que tomam minha mente. Dormi por mais de uma eternidade e mesmo assim parece impregnado em mim essa causa sem razão definida. Algo incontrolável que parece mudar minha vida, mais um tijolo a ser posto, em que lugar? Do que se trata tamanha inquietude?! Senão o amor e seus imensos desertos, regados de cactos. Parece que o andar só tornou-se um labirinto. Em suas ruas transpassam carros acelerados, gritos populares e agitação, mas parece que tudo isso não faz sentido, acontecem em câmera lenta e como vultos. Seu mundo em miúdos, sua vida em três-passos, seu coração em pedaços, por quase cactos cortantes, que lhe arranham a alma. "Alguma coisa aconteceu, tá tudo assim tão diferente". Estou com medo desses assombros até que se tornem visíveis à luz. Enquanto isso, são noites mal dormidas e amanheceres agoniantes. Onde encontro o link dessas turbulações? Eu te amo.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

infância nos passos

Nossa! Não consigo compreender o que está acontecendo aqui, do lado de dentro dessa quarto, nessa janela distorcida. Uma imagem com chuvisco de uma tevê sem antena, sem sintonia perfeita e clara. Percebo que as coisas estão fora do lugar, um móvel onde suas gavetas não me mostram seus objetos e seus pertences pessoais jogados num canto, feito brinquedos de infância na adolescência. Fico na janela observando uma paisagem sem sentido pra mim, ruas curvas, pessoas vazias, ar de ignorância no respirar de um senhor com sua pasta, esperando o sinal se abrir e seguir com seu mundo em 4 rodas. O sol parece brilhar numa busca de mostrar pessoas reais, mas recai-se sobre o homem mentiras em suas máscaras de bom-moços. Talvez o Sol sinta-se confuso, por que tantas faces perdidas? Mas sua fé lhe mantém a aquecer meu rosto, esse queima por mostrar-se tão límpido e aberto. Mostrando-se exagerado em suas palavras sinceras e sem jeito, apontado por dizer demais e incompreendido por isso. Curte seu momento de solidão ao sair por essas ruas cheias de anonimatos, seu som ecoa por seus pensamentos acelerados e desgovernados. Mais um passo e sua mente pesa por tantos flashes, seus olhos parecem não distinguir mais o que vê a um palmo: real ou imaginário? Sua vida agora parece se perguntar se é verdadeira. Seus diálogos enriquecidos de pensamentos amadurecidos, mas suas palavras num espaço curto lhe sufocam a garganta. Por que esse Sol não ilumina essa quarto? Devo abrir o teto, numa brecha que seja, para que um único raio possa comportar seu rosto?
O que essas ruas representam? Seus passos largos caminham pra uma esquina incerta. Suas canções já não são mais ouvidas, o pulsar de seu coração agora grita e faz seu corpo vibrar. Não se sabe ainda o que se encontra por trás dessa curva, mas sua vida parece aguardar impaciente, ausente de paz.
Onde estou?